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Teatro do Boi - 6/6/2007 12:07:08Teatro volta a apresentar 'Crispim- O Mito do Cabeça de Cuia'
Uma das lendas mais populares do folclore piauiense volta a ser representada no palco do Teatro do Boi neste sábado, dia 09, às 18h30min. Será realizada mais uma apresentação do espetáculo “Crispim- O Mito do Cabeça de Cuia”, que traz uma visão social do mito abordando uma temática atual. A entrada será gratuita.A peça foi apresentada durante as comemorações do Dia do Cabeça de Cuia, no último dia 27 de abril, promovido pela Prefeitura Municipal de Teresina, através da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, contemplando escolas e teatros. Agora, ela volta ao palco do Teatro do Boi, prometendo criar uma nova visão e reflexão sobre a lenda do imaginário popular piauiense.O espetáculo é uma mistura de teatro e dança, tendo a direção geral de Wanden Lima. Ele conta com a participação de 145 pessoas, entre atores, atrizes, assistentes, além dos membros das oficinas ministradas no Teatro do Boi, que elaboraram o figurino e trataram dos detalhes da apresentação. “Na verdade a peça está envolvendo todo o pessoal do teatro, mas teremos 119 pessoas no palco”, detalhou Wanden.“Crispim- O mito do Cabeça de Cuia” trabalha a lenda através de atualização urbana, questionando os elementos sociais contidos na mesma. Essa abordagem social visa atualizar o contexto sem causar prejuízo a sua essência, aproximando ainda mais o público do espetáculo. “A intenção é tirar o Cabeça de Cuia da questão simbólica, voltada apenas para questões folclóricas. É fazer com que as pessoas reflitam nas outras coisas que a lenda pode trazer”, explicou Wanden.A discussão social é feita através de um jogo de vozes sociais que questionam e discriminam Crispim. As vozes fazem o papel da sociedade que cobra uma série de pré-requisitos daqueles que almejam fazer parte desta. São destacados cinco pontos essenciais da lenda: O Rio – Representação social do rio Poti que discrimina e amaldiçoa Crispim; A morte – Crispim mata a mãe com o corredor de boi, caracterizando o extravasamento da pressão social sofrida por ele; A Loucura – O remorso, a culpa e a perseguição social aliado a fraqueza de Crispim o enlouquecem; A Virgindade – Na praga lançada, o Cabeça de Cuia precisa comer sete Marias virgens para se livrar da maldição. O que representa hoje a virgindade? È a questão a ser discutida; A exclusão – O jovem é banido pela sociedade, que o qualifica agora como “amaldiçoado”, mas também pelo crime que cometeu.
